quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Respostas inflamatoria - Reparo tecidual

Regeneração é a substituição do tecido lesado/perdido por um tecido exatamente igual ao original, com mesma forma e função (mesma diferenciação celular, mesma especialização).
Cicatrização é a substituição do tecido lesado/perdido por um tecido conjuntivo sadio.

Para que o reparo seja adequado é preciso a eliminação do agente agressor e a limpeza completa dos resíduos do processo inflamatório. O liquido de edema é drenado para os vasos sangüíneos e linfáticos, enquanto as coleções purulentas são drenadas por fístulas ou então pelos canais naturais do organismo. As células mortas, a fibrina, os complexos de antígeno-anticorpo precipitados e os microrganismos inviabilizados são digeridos pelas enzimas das células fagocitárias - os macrófagos são as principais células envolvidas nessa atividade de limpeza. Assim, quando a defesa é 100% eficiente, ocorre a resolução do processo inflamatório.

  • Quando o tecido perdido for de células lábeis ou estáveis e a perda não tiver sido excessiva, as células íntegras remanescentes são capazes de repor as células perdidas intensificando o ritmo das divisões celulares (mitoses). Esse é o tipo de reparo mais favorável, pois restabelece a integridade anatômica e funcional do tecido, e denomina-se regeneração. Quando as células do parênquima são perenes ou se as perdas são de grande extensão, parte do parênquima especializado é substituído por tecido conjuntivo fibroso, formado a partir do tecido de granulação (fibroplasia). Esse processo, denominado cicatrização, não restitui ao tecido a integridade anátomo-funcional. A cicatrização pode ser por primeira intenção ou por segunda intenção.

Eventos da cicatrização da pele

  1. De 3 a 5 dias após a agressão aparece o tecido de granulação, que assinala o início do reparo, e que se forma com a proliferação de elementos jovens de tecido conjuntivo: fibroblastos e capilares sangüíneos neoformados. O tecido de granulação é um tecido conjuntivo jovem e delicado, ricamente vascularizado e com células inflamatórias, na maioria macrófagos, linfócitos e plasmócitos.
  2. o estreito espaço incisional é imediatamente preenchido por um coágulo sangüíneo que dá origem, na superfície externa, à pseudomembrana fibrinosa
  3. nas primeiras 24 horas o tecido inflamado apresenta-se infiltrado de neutrófilos;
  4. dentro de 24-48 horas as células epiteliais multiplicam-se e as margens de tecido epitelial aproximam-se, formando uma delgada camada contínua de epitélio sob a pseudomembrana fibrinosa;
  5. a partir do 3O dia o espaço incisional vai sendo progressivamente invadido por tecido de granulação e continua a regeneração do tecido epitelial, que espessa-se cada vez mais
  6. por volta do 5O dia o espaço incisional está completamente preenchido por tecido de granulação, a neovascularização é máxima e o epitélio recuperou sua espessura normal
  7. durante a segunda semana ocorre a fibroplasia do tecido de granulação, das margens para o interior do espaço incisional, a vascularização diminui e desaparecem o infiltrado inflamatório celular e o edema;
  8. no final do primeiro mês tem-se um tecido conjuntivo de aspecto normal, revestido por epitélio intacto, porém os anexos destruídos na linha de incisão são perdidos permanentemente.

Quelóides são cicatrizes volumosas. Há formação de excesso de tecido cicatricial. Acredita-se que essa seja uma tendência genética. Algumas regiões do corpo são mais suscetíveis: colo, pescoço, testa entre outras.

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