quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Influenza H1N1 pode infectar células mais profundas do pulmão



A influenza H1N1 pode infectar células mais profundas do pulmão do que a gripe sazonal, o que pode explicar a razão de as pessoas infectadas com o vírus H1N1 terem maior probabilidade de sofrer sintomas mais graves.
O vírus influenza infecta as células atacando as moléculas no exterior da célula, chamadas de receptores. Diferentes vírus atacam diferentes receptores e se um vírus não consegue encontrar seu receptor específico, ele não consegue entrar na célula. Uma vez dentro da célula, o vírus usa o maquinário celular para fabricar milhares de vírus, que explodem para fora célula e infectam a vizinhança, estabelecendo uma infecção.
O vírus da influenza sazonal se liga a receptores encontrados nas células do nariz, garganta e vias aéreas superiores, permitindo infectar o trato respiratório da pessoa.
Esta pesquisa mostra que o vírus da influenza suína H1N1 também pode se ligar a receptores encontrados nas células no interior do pulmão, o que pode resultar em infecção pulmonar mais grave. A capacidade do vírus H1N1 se ligar a receptores pode explicar a razão do vírus se replicar e espalhar entre as células mais rapidamente: se um vírus da influenza pode se ligar a mais de um tipo de receptor, ele pode se ligar a uma área maior do trato respiratório, infectando mais células e causando uma infecção mais grave.
Os pesquisadores constataram que o vírus H1N1 se liga mais fracamente aos receptores nos pulmões do que naqueles no trato respiratório superior. Esta é a razão de a maioria das pessoas infectadas pelo vírus ter tido sintomas brandos. Entretanto, existe a preocupação de que o vírus sofra mutação para se ligar mais fortemente a esses receptores.
"Se o vírus vier a sofrer mutação, ele poderá se ligar aos receptores dentro dos pulmões mais fortemente e isso pode significar que mais pessoas teriam sintomas graves".
Os cientistas compararam a maneira como o vírus da influenza sazonal e H1N1 infectam as células identificando a quais receptores cada um dos vírus se liga. Para isso, os pesquisadores usaram uma lâmina com 86 diferentes receptores. Quando os vírus foram acrescidos, eles se ligaram ao seu receptor específico. Os vírus da influenza H1N1 puderam se ligar fortemente a receptores a2-6, que são encontrados no nariz, garganta e vias aéreas superiores, e também puderam se ligar mais fracamente aos receptores a2-3, que são encontrados em células no interior dos pulmões.

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