Pedras na Vesícula Biliar
O QUE É A VESÍCULA BILIAR E O QUE ELA FAZ?
A vesícula é uma pequena saculação ( como uma bexiga murcha) que se encontra junto ao fígado e sua função é armazenar bile, um líquido amarelo esverdeado espesso produzido pelo fígado . Após se alimentar , a vesícula se espreme liberando bile em grande quantidade no intestino para entrar em contato com o alimento e continuar o processo de digestão iniciado pelo estômago. A função básica da bile é digerir as gorduras.
COMO SÃO FORMADAS AS PEDRAS?
A bile é composta por três substâncias: o colesterol, os sais biliares e lecitina. Juntos em quantidades proporcionais mantêm a bile em estado líquido . Quando o colesterol ou os sais biliares são produzidos em excesso pelo fígado por alguma razão , há precipitação desta substância formando pequenos grânulos. Estes grânulos são o início das pedras.
AS PEDRAS SÃO SEMPRE IGUAIS?
Não, há diferentes tipos e tamanhos de pedras. Depende de qual substância a pedra é formada e há quanto tempo ela está em formação. Portanto, poderemos Ter muitas ou apenas uma pedra; pedras pequenas como grâos de areia ou grandes até o tamanho de um ovo de galinha.
Cerca de 90% das pedras são formadas de colesterol. O restante é composto de sais biliares (bilirrubina). A razão da formação das pedras ainda não é bem conhecida . Entretanto pessoas que tem problemas saguíneos relacionados a destruição de hemácias tem grande chance de Ter pedras na vesícula (mecanismo bem conhecido)
QUEM TEM RISCO DE TER PEDRAS?
- Mulheres entre 20 e 60 anos têm 3 x mais chance de Ter cálculos do que a população masculina.
- Mulheres que tiveram múltiplas gestações .
- O risco aumenta com a idade e a obesidade.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS ASSOCIADOS A COLELITÍASE ?
Dor abdominal intensa , geralmente tipo cólica, que pode se localizar no no lado direito do abdomen abaixo da costela, boca do estômago, ou ainda nas costas. Pode se localizar em todos os lugares descritos ao mesmo tempo ou separadamente.
EXISTEM COMPLICAÇÕES?
Sim. Dentre as pricipais complicações estão:
A cólica biliar que ocorre quando uma das pedras fica presa na saída da vesícula impedindo o fluxo de bile, levando a uma distensão importante da vesícula. Há então um esforço da mesma para expelir a pedra. O resultado é uma dor tipo cólica.
Se a pedra permanece na saída vesícula por um período prologado ocorre uma segunda complicação chamada colecistite aguda. É uma inflamação aguda da vesícula biliar com dor intensa, constante geralmente acompanhada de febre.
A coledocolitíase é o resultado da migração de uma pedra de dentro da vesícula biliar para o canal da bile. Nestes casos o paciente fica ictérico ( pele e olhos ficam amarelados como na hepatite) pois a bile fica impedida de chegar ao intestino , acumulando-se no fígado e sangue.
A colangite e a pancreatite são as complicações mais graves secundárias à migração das pedras para o canal da bile.
COMO SE FAZ O DIAGNÓSTICO DE COLELITÍASE ?
Atualmente o exame mais preciso para o diagnóstico de pedras na vesícula é a ultrassonografia (ecografia) . Exames radiológicos podem ser realizados. Algumas vezes o paciente descobre que tem pedras na vesícula durante a investigação de outra patologia . No caso da suspeita de que alguma pedra migrou para o canal da bile, esta pode ser diagnosticada e retirada no pré-operatório através de um exame endoscópico conhecido como colangiopancreatografia retrógrada endoscópica e papilotomia endoscópica respectivamente.
COMO É TRATADA A COLELITÍASE?
Pacientes com diagnóstico de pedras na vesícula sem nunca terem apresentados sintomas devem conversar com o seu médico a respeito da indicação de cirurgia. Habitualmente não há indicação cirúrgica nestes casos. Existem dois métodos cirúrgicos para remover a vesícula biliar e as pedras. É necessária a remoção da vesícula pois esta se torna fonte de formação de mais pedras.
- Colecistectomia convencional , ou aberta. Neste caso a cirurgia é realizada com uma incisão (corte) que pode variar de tamanho conforme o paciente. Desde 12-15 cm até 30 cm (valores aproximados). O paciente permanece internado em média 3 dias e necessita de um tempo de recuperação para voltar a plena atividade física em 30 dias.
- Colecistectomia videolaparoscópica
Atualmente existem dois métodos não cirúrgicos de eliminar as pedras da vesícula:
- Dissolução oral através de medicações. O uso de medicações para eliminar as pedras é reservado para casos muito especiais em que o paciente não possa ser submetido a cirurgia. O índice de sucesso varia de 40-80% e o tratamento dura de 6 a 12 meses , com altos índices de recorrência.
- Destruição dos cálculos através da Litotripsia Extracorpórea por Ondas de Choque, que consiste na destruição das pedras com ondas sonoras de alta freqüência que direcionadas às pedras leva a quebra das mesmas em fragmentos menores. O índice de complicações utilizando este método é muito grande e a maioria dos serviços que possui o aparelho de litotripsia abandonou o método.
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