quinta-feira, 24 de setembro de 2009


O vírus influenza A (H1N1) é um novo subtipo do vírus da gripe que afecta os humanos. Contém genes dos vírus do porco, das aves e das pessoas, numa combinação única. É esta a principal característica que o distingue do vírus causador da gripe normal.
OS SINTOMAS DESTA GRIPE SÃO DIFERENTES DOS DA GRIPE SAZONAL?

Os sintomas - febre alta, tosse, arrepios de frio, fadiga, dores no corpo, na cabeça e na garganta, vómitos e diarreia - coincidem com os da gripe sazonal, mas a componente gastrointestinal surge particularmente acentuada.
QUAL O PERÍODO DE INCUBAÇÃO DO VÍRUS E O DE CONTÁGIO?

O vírus pode ficar no organismo de 24 a 48 horas, até que apareçam os primeiros sintomas. O contágio ocorre ainda antes do aparecimento dos sintomas, e até sete dias após o início dos mesmos.
COMO SE PROPAGA?

O vírus passa de pessoa para pessoa, através do ar. O contágio só é eficaz em distâncias inferiores a um metro. Os espirros, a tosse, as secreções nasais ou dos olhos são as formas de o vírus se espalhar. Tocar numa superfície contaminada e de seguida mexer nos olhos, boca ou nariz também pode levar à disseminação do vírus.
COMO NOS PODEMOS PROTEGER?

Lavando as mãos com sabão, várias vezes por dia. Deve-se evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca. É importante comer bem, dormir o necessário e gerir o stresse, para manter o sistema imunitário de boa saúde e pronto a combater o vírus.
QUAIS SÃO OS VÍRUS MAIS PERIGOSOS?

Aqueles com grande capacidade de invadir diferentes órgãos, facilidade em multiplicar-se e de se disseminar. Tipicamente, os vírus influenza A, cujo reservatório natural são as aves aquáticas, são mais agressivos.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE A NOVA ESTIRPE A (H1N1) E A GRIPE DOS PORCOS E A DAS AVES?

A nova estirpe apresenta genes característicos dos humanos, dos porcos e das aves, pelo que é capaz de atingir cada uma destas três espécies. A gripe dos porcos afecta preferencialmente estes animais, enquanto a das aves está adaptada a estas espécies. No caso da gripe das aves provocada pelo vírus H5N1, ocorreu transmissão destes animais para as pessoas, em situações de contacto muito próximo, e nunca ficou provada a transmissão pessoa a pessoa.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DO H1N1?

Numa primeira fase, o diagnóstico faz-se pelos sintomas sugestivos de gripe. A prova final apenas surge após um exame laboratorial a material colhido no nariz. O teste implica uma análise genética ao vírus, de forma a que este seja completamente caracterizado.
HÁ MEDICAMENTOS PARA TRATAR A GRIPE?

Há quatro antivirais, mas nem todos são eficazes para a totalidade dos vírus. No caso da gripe H1N1, o vírus é sensível aos medicamentos Tamiflu e Relenza. As substâncias impedem a sua replicação no organismo, tornando mais curto o período de duração da doença, diminuindo a severidade dos sintomas e estancando o contágio. É forçoso que sejam tomadas nas primeiras 24 a 48 horas após o aparecimentos dos sintomas iniciais.
HÁ RISCO DE APARECIMENTO DE RESISTÊNCIA AOS MEDICAMENTOS?

Se não forem seguidas as indicações terapêuticas, há um sério risco de o vírus se ir adaptando aos medicamentos e de ganhar resistências. Este processo é semelhante ao que acontece com as bactérias e os antibióticos, e traduz-se numa adaptação dos organismos ao meio ambiente.
QUANTO TEMPO O VÍRUS SOBREVIVE FORA DO CORPO?

Varia muito, de acordo com as condições de humidade e temperatura. Estima-se que não sobreviva mais do que algumas horas.
FAZ SENTIDO TOMAR MEDICAMENTOS PREVENTIVAMENTE?

A estratégia adoptada depende do contexto epidemiológico. Em Espanha, por exemplo, país com fortes ligações ao México, onde tudo começou, existem dezenas de casos confirmados e foi verificada a transmissão secundária os infectados e as pessoas que com eles mantiveram contacto tomam, profilacticamente, os antivirais. Em Portugal, o único caso confirmado da infecção (até ao fecho da edição, na terça-feira, 5) não tomou qualquer medicação, já que apresentou uma forma muito ligeira da doença.

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