quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Estudo experimental comparativo entre as lesões agudas da mucosa gastrica de ratos, induzidas pela indometacina e celecoxib e a citoproteção com o uso de omeprazol e misoprazol.

Os riscos de lesões gástricas em pacientes que utilizam AINEs convencionais são altos, devido aos seus efeitos colaterais decorrentes da inibição da biossíntese de prostaglandinas gástricas, que funcionam como substâncias de proteção da mucosa. Uma nova classe de AINEs, os coxibs, representam importante avanço farmacológico no tratamento antiinflamatório, parecendo reduzir a incidência de lesões do trato gastrintestinal, agindo como inibidores seletivos da COX-2 (ou indutiva), que surge numa situação de inflamação. As lesões gástricas pépticas têm como agente principal o desequilíbrio entre os fatores agressivos (ácido, pepsina, infecção por H. pylori) e fatores protetores (muco e prostaglandinas). Os tratamentos geralmente são dirigidos à redução desses fatores de agressão, mas pode-se também fortalecer as defesas das mucosas gástricas e duodenais com os chamados agentes citoprotetores. Os objetivos desta pesquisa foram avaliar e comparar macro e microscopicamente as lesões agudas da mucosa gástrica de ratos provocadas pelos AINEs celecoxib e indometacina e a citoproteção gástrica com omeprazol e misoprostol. Foram estudados 130 ratos da raça ?Wistar?, com peso médio de 200g, divididos em quatro grupos, a saber: grupo A, subdividido em grupo A1 e A2 ? pré-tratamento com omeprazol (20 mg/rato) durante sete dias, do 7º para o 8º dia de jejum de ração e água ad libitum , no oitavo dia administração dos AINEs, sendo A1 (20ratos) receberam celecoxib (1mg/rato) e A2 (20 ratos) receberam indometacina (12,5mg/rato), e jejum de mais seis horas. O grupo B, subdividido em grupo B1 e B2 ? pré-tratamento com misoprostol (20?g/rato) durante sete dias, do 7º para o 8º dia de jejum de ração e água ad libitum, no oitavo dia administração dos AINEs, sendo B1 (20 ratos) receberam celecoxib (1mg/rato) e B2 (20 ratos) receberam indometacina (12,5mg/rato), e jejum de mais seis horas. O grupo C não recebeu citoproteção durante sete dias, do 7º para o 8º dia jejum de ração e água ad libitum, no oitavo dia administração dos AINEs, sendo C1 (20 ratos) receberam celecoxib (1mg/rato) e C2 (20ratos) receberam indometacina (12,5mg/rato), e jejum de mais seis horas e grupo D ? grupo controle, no qual dez ratos foram observados durante sete dias, do 8º para 9º dia jejum da ração por 24 horas e água ad libitum. A seguir, no 9º dia (de todos os grupos), os estômagos eram removidos e avaliados macro e microscopicamente para a identificação das lesões gástricas. Na análise macroscópica, os resultados dos grupos A2, B2 e C2 apresentaram número de lesões por cm2/animal significativamente elevados, sendo respectivamente 18,55 lesões por cm2/animal, 16,25 lesões por cm2/animal e 13,55 lesões por cm2/animal. Na análise microscópica, os resultados da porcentagem da mucosa com lesão, mostraram diferenças significativas entre os grupos A1, B1, C1 quando comparados com os grupos A2, B2 e C2 (p<0,0001). Os resultados da média da extensão/lesão e da média da profundidade das lesões não mostraram diferenças estatísticas significativas entre os grupos A2, B2 e C2. O resultado da média do edema mostrou diferença estatística significativa entre os grupos A2 e D; B2 e C2 e entre C2 e D (p<0,05). Portanto, pode-se concluir: A indometacina na concentração empregada provoca número significativo de lesões macro e microscópicas na mucosa gástrica de ratos quando comparadas ao celecoxib, que não provoca tais lesões. O omeprazol e o misoprostol nas concentrações empregadas não mostraram efetividade macro e microscópica na citoproteção gástrica de ratos, com a administração da indometacina. Considerando-se a análise microscópica da média do edema, o grupo de animais que recebeu misoprostol como citoprotetor apresentou menor média em comparação ao grupo que recebeu o omeprazol

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