quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Cirurgia nas coronarias - entrevista Drauzio Varella

O coração é um músculo que contrai e dilata para bombear o sangue venoso rico em gás carbônico com a finalidade de empurrá-lo para os pulmões para ser oxigenado. Transformado em sangue arterial, ele volta para o coração (pequena circulação), que funciona como uma bomba hidráulica do sistema cardiovascular, e é espalhado por todo o organismo (grande circulação).

O coração está situado no mediastino, em contato íntimo com todos os órgãos que existem nessa região do tórax entre os dois pulmões (imagem 1), e é coberto por uma membrana resistente chamada pericárdio, que protege o miocárdio constituído por uma camada de fibras musculares especiais e o endocárdio, a parte interna.

Para funcionar, o músculo cardíaco precisa do oxigênio trazido pelo sangue através das artérias coronárias que saem da aorta e vão se dividindo em ramos cada vez menores à medida que penetram a musculatura cardíaca.
Quando uma dessas artérias é obstruída por uma placa de ateroma ou coágulo, a parte do músculo que depende dela pode sofrer isquemia, se a obstrução for parcial, ou necrose, se a circulação sangüínea for completamente interrompida.

Esses episódios provocam sintomas. Quando o fluxo sangüíneo é insuficiente para atender à necessidade do músculo submetido à solicitação mais intensa, em geral, a pessoa sente uma dor no peito conhecida como angina. Já no infarto do miocárdio, a oclusão brusca da artéria causa sofrimento rápido e extenso na musculatura cardíaca e a dor em aperto no peito pode irradiar-se para o queixo, braço esquerdo ou para os dois braços.

Nos quadros de obstrução num ramo terminal da artéria coronária, os sintomas são discretos e, às vezes, até passam despercebidos. O problema está quando ela ocorre em um ou mais ramos da artéria. O tratamento da obstrução das coronárias pode ser clínico, o que pressupõe uso de medicação e controle da dieta, ou depender da colocação de stents para comprimir a placa contra a parede da artéria comprometida e restabelecer o fluxo sangüíneo. Em certos casos, só a cirurgia resolve o problema com a implantação de um enxerto retirado da veia safena ou da artéria mamária.

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